O mar é a minha Terra!

Regressei do país das mais altas montanhas do mundo ao meu pequenino país banhado pelo oceano Atlântico. Assim que aterrei no aeroporto da Lisboa, além das saudades dos filhos, amigos e família, senti dois grandes desejos: tomar um café e ver o mar.

No aeroporto tomei uma “bica” e senti-me muito satisfeita. Mas a maior alegria foi voltar a encontrar-me com aquele “ser maravilhoso" que é o mar. Aquele imenso ser que nos atrai com o seu movimento ora suave ora violento, pelo cheiro, pelo ruido, pela textura e pela sensação de humidade no corpo. O mar é um grande amigo. Inspirador, mágico, energizante e por vezes, ainda nos leva por “mares nunca antes navegados”…

O mar é a minha Terra.

http://www.youtube.com/watch?v=_JSO9d6rd-c

Libertação de animais no dia de Guru Rimpoche

Regresso hoje a Lisboa. Sinto-me tranquila e cheia de energia. Esta viagem chegou ao fim mas vou iniciar em Lisboa um novo ciclo na minha vida e por essa razão me sinto feliz.
No caminho para a stupa, vejo um indiano a vender passarinhos. No budismo a libertação de animais traz karma positivo a quem o pratica ou para quem forem dirigidas as orações. Resolvo comprar dois passarinhos e dedicar a sua libertação ao infeliz tibetano que se imolou pelo fogo na quarta-feira passada, na celebração do Losar.
Na stupa procurei um monge que dedicou um mantra e algumas orações ao rapaz suicida. Quando terminou as preces disse-me:
- Hoje é dia de Guru Rimpoche e todos os actos positivos praticados hoje serão multiplicados dezenas de vezes. Fiquei contente por saber que o dia era auspicioso a todos os actos positivos.
Libertei os dois passarinhos mas um deles não voava...estava ferido numa asa. Peguei nele pois não o podia ali deixar e levei-o ao mosteiro Shechen onde me disseram que os monges tratavam de animais feridos.
A minha viagem ao Nepal terminou com mais um acto de amor e compaixão. Que Buda,  todos os mestres e bodisattvas me guiem neste caminho!

Puja ao final da tarde na Stupa de Bodanath

Viagem de moto em Kathmandu com Daniele

Despedida da minha nova familia

Sábado de manhã, todas as crianças vieram despedir-se de mim. Já tinham combinado organizarem uns cantares e danças. Foi muito divertido e muito enternecedor ver a alegria e a vivacidade destas crianças.
Depois de nos rirmos e de partilharmos a alegria de duas semanas em família, foi a hora das despedidas.
Urmilla presenteou-me com uma kata e tika na testa. Foram muitos os momentos de grande emoção e amor partilhados durante a minha estadia no orfanato.
Despedida também da família nepalesa em casa de quem fiquei hospedada. Rabina e o marido sempre incensáveis para que me sentisse em casa.
No táxi de regresso a Boudha não consegui conter as lágrimas pela emoção de deixar estas 42 crianças com quem tive o privilégio de conviver durante duas semanas.  São agora parte da minha família!

Com Rabina ao colo e Saraswati ao meu lado de gorro azul

Os pequenos cantavam e dançavam

Todas as crianças se perfilaram por idades e anos escolares

Performance dos mais novos

Ofereci a cada um uma pequena lembrança par a escola

Todos queriam aparecer na fotografia de despedida

Mais um porta-chaves para pendurar na mochila

Sunita recebe com grande alegria o elefante de feltro

Todos mostram o presente recebido

Urmilla despede-se  de mim com ritual hindu

Recebo uma kata ao pescoço e tika na testa

Despedida da familia nepalesa com quem fiquei hospedada